Camila
Farani
No grande oceano de aspirações profissionais, onde a maioria rema freneticamente em direção aos cargos de liderança, vejo inúmeros profissionais navegando contra a maré, alimentados por um desejo que se desvia do convencional: a vontade de não ser líder. Esse anseio, muitas vezes visto como um desvio na rota para o sucesso, na verdade, reflete uma compreensão profunda das realidades do poder e da responsabilidade.
Nos últimos dias, vimos publicações sobre o tema ressaltando um aumento no número de profissionais que escolhem deliberadamente se afastar dos holofotes da liderança, preferindo encontrar satisfação em papéis que valorizem mais a especialização e a contribuição individual. Esta escolha é apontada pela Geração Z como um ato de autoconhecimento e rebeldia contra a noção ultrapassada de que a ascensão hierárquica é o único caminho para o reconhecimento e a realização profissional.
Quando se trata de carreira, somos condicionados a pensar que o sucesso é uma escalada constante em direção aos cargos mais altos. E se eu te dissesse que existe uma nova tendência desafiadora que está ganhando força?
Bem-vindo ao mundo da "Ambição Silenciosa", ou Quiet Ambition. Sim, você ouviu direito. Enquanto muitos buscam incessantemente a próxima promoção, há um crescente número de pessoas que rejeitam completamente a ideia de se tornarem chefes. E sabe de uma coisa? Elas estão certas!
Durante a pandemia, o mundo parou para refletir sobre suas prioridades. Profissionais, especialmente da Geração Z, começaram a questionar o valor de trocar sua saúde mental e qualidade de vida por um salário um pouco maior e uma posição de liderança.
Afinal, para que servem cargos de chefia se eles só nos trazem estresse e desilusão? É hora de repensar essa narrativa antiquada que nos diz que o sucesso só pode ser alcançado subindo na hierarquia corporativa - segundo eles.
Okay, mas quais são os reais motivos para a Geração Z não se interessar por cargos de liderança?
A resposta pode estar mais clara do que imaginamos. Vamos começar esclarecendo um ponto: a Quiet Ambition não significa falta de ambição. Na verdade, os jovens da Geração Z estão simplesmente recusando pagar o alto preço que muitas empresas cobram pela liderança.
Uma pesquisa realizada pela plataforma de análise de pessoas, Visier, revelou que apenas 4% dos entrevistados da geração Z nos Estados Unidos consideram chegar ao topo da hierarquia executiva como uma meta importante. E quando se trata de cargos intermediários de gestão, a história não muda muito: a maioria prefere permanecer em posições que não envolvam liderança.
Por que essa aversão aos cargos de liderança? Bem, os motivos são claros:
Esses números não mentem. Os jovens da Geração Z têm ambições, sim, mas estão escolhendo não se encaixar em um sistema que não os valorize. Essa é mais uma crítica ao modelo de trabalho atual do que uma recusa em assumir novos desafios. Os jovens querem fazer a diferença, mas não a qualquer custo.
Então, antes de julgar essa tendência como falta de ambição, talvez seja hora de repensarmos o que realmente importa no mundo do trabalho. Você se perguntou se o jogo de liderança vale a pena?
Camila Farani - Todos os direitos reservados
Copyright ®2023
FEN - Farani Escola de Negócios
Privacidade e Termos